O ponto de vista do "equilíbrio" entre os extremos, enquanto princípio de posicionamento político, em nada difere do ponto de vista do "extremismo" do qual se supõe antípoda. Ao postular, de maneira abstrata, o "meio termo" como único ponto de vista razoável e excluindo, de antemão, a possibilidade de que em algum momento concreto a melhor resposta possa estar fora do centro, a teoria do "equilíbrio" torna-se dogmática, fanática e intolerante.
A possibilidade de superação do "extremismo" não se encontra no "equilíbrio", mas na abertura ao contingente e à possibilidade de adotar medidas que possam estar em qualquer frequência do espectro. É apenas a análise concreta da situação concreta que pode decidir.
Usamos o termo "extremismo" neste episódio no sentido de fundamentalismo. Segundo o teólogo Leonardo Boff, o fundamentalismo não é exatamente um conteúdo doutrinário, mas uma forma de interpretar e viver a doutrina, e por isso se encontra não apenas na religião, mas também em sistemas econômicos, filosóficos e políticos. O fundamentalismo representa a atitude daquele que confere caráter absoluto ao seu ponto de vista, e neste sentido também o centro político pode ser um extremo.
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