#72 O CRIME DO PADRE AMARO, EÇA DE QUEIROZ - PARTE 3
No último episódio, vimos como foi a infância e a juventude de Amaro. Ele fica órfão cedo, é criado pela marquesa, na casa em que os pais trabalhavam, e não recebe afeto de ninguém. Também não é questionado sobre o que quer fazer da vida. Aos 15 anos é enviado ao seminário, porque foi a decisão da marquesa. E vai de bom grado, pra fugir da vida árida que levava na casa do tio. No seminário, ele só pensa em fugir, em terminar logo os estudos e ser livre. Ele demonstra curiosidade sobre mulheres e chega a pensar que ser padre não é uma boa, porque não vai poder casar, mas como também não tem outra alternativa, termina o curso e é ordenado. Amaro fica confuso quanto à imagem da mulher difundida no seminário, ora santa, ora demoníaca.
Mais uma vez, o romance de Queiroz nos indica envolvimento da religião com a política, sendo que os padres exerciam muito poder junto às comunidades e podiam influenciar os votos. Assim, as nomeações para as paróquias atendiam a interesses políticos. Mas Amaro consegue nomeação para Leiria, onde a gente viu que ele chegou e encontrou o mestre de moral, o cônego Dias.
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