194 – Bolsonarismo, o gozo pela morte e a estética do nazismo à brasileira, com Michel Gherman e Adilson Paes de Souza
Provavelmente você já escutou a expressão "o problema é o guarda da esquina”. Essa frase é atribuída ao Pedro Aleixo, que foi vice-presidente do ditador Arthur da Costa e Silva, e teria sido dita por ele numa tentativa de amenizar suas supostas resistências ao ato institucional número 5, o famoso AI-5, que deu início ao período mais brutal da ditadura brasileira.
O problema, para Pedro Aleixo, não era a decisão do ditador, mas o que faria o guarda da esquina, legitimado por uma decisão que basicamente suspendia os direitos individuais de todos os brasileiros. Pois foi mais ou menos isso o que aconteceu há algumas semanas, quando assistimos, entre estarrecidos e paralisados, à tortura e ao assassinato de Genivaldo de Jesus Santos por agentes da polícia rodoviária federal.
Parado por dirigir sua moto sem capacete, Genivaldo foi agredido, algemado, colocado na traseira de um carro da polícia, e asfixiado com gás. As imagens feitas por telefones celulares de dezenas de pessoas que acompanharam a cena mostraram as duas pernas de Genivaldo se batendo para o lado de fora da viatura, enquanto um dos policiais segurava a porta para impedir que ela se abrisse. Pois bem, esses agentes da polícia rodoviária federal são os guardas da esquina.
Mas não os guardas criados pela imaginação do Pedro Aleixo. Esses são os guardas da esquina na ponta de uma cadeia de comando, legitimados por um discurso de ódio, pela incitação à violência e por uma espécie de gozo pela morte, tão presentes e constantes nos discursos oficiais dos militares que governam o país há quase quatro anos. Mas não é só isso. Dizer que Genivaldo foi asfixiado com gás é pouco.
É impossível não associar aquela imagem que correu o mundo às câmaras de gás em que os nazistas executaram judeus, ciganos, homossexuais e quem mais eles consideravam inferiores. E não bastasse isso, dias depois da execução de Genivaldo, o presidente da República, além de declarar apoio aos policiais, exibe-se em público pilotando uma moto sem capacete, a mesma infração que levou ao extermínio de Genivaldo. Para falar sobre o que tudo isso representa hoje no Brasil, Carlos Alberto Jr. entrevista o historiador Michel Gherman e Adilson Paes de Souza, tenente-coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo e pesquisador da violência policial.
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