Eu terminei a leitura do último episódio com a apresentação de Seixas, um homem de menos de 30 anos. O narrador inicia a apresentação pela casa dele, pra contrastar entre a pobreza da casa e o luxo com que ele vive. O narrador realça a alvura da pele de Seixas. A descrição do pé, que é arqueado na forma aristocrática. Ser aristocrata significa que a pessoa nasceu em determinada família, com posses e títulos, e isso não tem nada a ver com características físicas. Dizer que o pé, que o arco é na forma aristocrática é tão absurdo quanto quando os nazistas diziam que ter olhos azuis era sintomático de superioridade racial, é uma bobagem preconceituosa. Com essa valorização de determinadas características físicas, principalmente a branquitude, o escritor José de Alencar colabora para reforçar na mentalidade brasileira uma suposta superioridade racial, na qual ele provavelmente acreditava, tendo em vista seu posicionamento diante da manutenção da escravidão. Só que imaginem como é que bate pras gerações e gerações de crianças pretas que precisaram ler esse livro no colégio?
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