A simpatia de Lula pelas ditaduras de esquerda
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva causou polêmica, em entrevista ao jornal espanhol El País, ao comparar o regime ditatorial de Daniel Ortega, na Nicarágua, aos anos de governo de Angela Merkel, na Alemanha. Para o petista, não há diferença entre as duas nações, se comparar os anos de gestão à frente de seus países.
Daniel Ortega conquistou o seu quarto mandato consecutivo, após uma eleição de fachada, em que concorreu com candidatos que eram a favor do seu governo. Dias antes do pleito, o governo promoveu a prisão de opositores sob a acusação de diversos crimes, entre eles, lavagem de dinheiro.
Na mesma entrevista, Lula relativizou a decisão do governo cubano que, neste mês, proibiu a realização de atos da oposição, e colocou militares nas ruas para garantir que permanecessem vazias. Os protestos eram contrários à ditadura do país, e foram motivados pelos cortes de luz, perseguição a dissidentes e a falta de alimentos e remédios.
A ironia está no fato de que o PT criticou duramente, e com razão, a entrega de uma das honrarias mais altas do Brasil, por parte de Bolsonaro, ao emir de Dubai, Mohamed Bin Rashi al-Maktoum, acusado de diversos crimes, mas, ao mesmo tempo, permanece apoiando regimes totalitários pelo mundo.
No episódio do Estadão Notícias desta quarta-feira, 24, convidamos o historiador Alberto Aggio, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e autor de “Um Lugar no Mundo: Estudos de História Política Latino-Americana” para analisar o tema.
O Estadão Notícias está disponível no Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google podcasts, ou no agregador de podcasts de sua preferência.
Apresentação: Emanuel Bomfim.
Produção/Edição: Gustavo Lopes e Ana Paula Niederauer.
Montagem: Moacir Biasi.
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