Concluída a apuração do primeiro turno, os dois finalistas iniciaram a temporada de anúncios de apoios. “O presidente saiu na frente”, afirma Maria Cristina Fernandes, colunista do jornal Valor Econômico e comentarista da rádio CBN. “Mas ele tem uma distância maior a percorrer”, pondera, referindo-se à vantagem de cerca 6 milhões de votos do ex-presidente petista. O candidato à reeleição pelo PL foi bem-sucedido em obter a adesão dos governadores dos três maiores colégios eleitorais do país (pela ordem, SP, MG e RJ). Isso conta “porque na política as peças se movem pela expectativa de poder”. Na reta final da campanha, “20% dos indecisos correram para Bolsonaro”, observa ela, “resultado do antipetismo, que vem da saga da corrupção”. Do lado de Lula, a chegada de Simone Tebet (MDB) agrega na comunicação com “o agronegócio, o público feminino e o eleitorado antipetista”, avalia Maria Cristina. Ela analisa a pressão para que Lula sinalize antecipadamente quem seria seu ministro da Fazenda. E, ainda nessa seara, o significado do apoio recebido de economistas “com a grife do Plano Real”. Nas três semanas restantes de campanha, a pauta deve se concentrar em dois eixos. Um deles é o “debate dos costumes”, que já vem agitando as militâncias nas redes sociais. No entender da jornalista, seria uma “cilada” para Lula enveredar por esse campo. No outro estão os “pujantes problemas da vida real”, que Bolsonaro tenta atacar com sua “metralhadora de benefícios”. Mas ele segue com dificuldade em virar votos na base da pirâmide: “um recado importante das urnas foi que o pobre não vende o seu voto”, conclui Maria Cristina.
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