A queda do sigilo nos dados do cartão corporativo da Presidência da República durante os 4 anos de mandato de Jair Bolsonaro (PL) escancarou um gasto superior a R$ 27 milhões. Na fatura revelada pelo Planalto estão despesas superlativas em hospedagem de luxo (R$ 13,6 milhões ao todo) e na compra de marmitas (R$ 109 mil pagos a apenas uma lanchonete em Boa Vista, Roraima) e de sorvetes (mais de R$ 8 mil em um único dia). Para explicar as funções e as responsabilidades no uso do cartão corporativo, Natuza Nery conversa com Leopoldo Ribeiro, professor de orçamento e finanças públicas da Escola de Políticas Públicas e Governo da FGV-Brasília, e com o jornalista Luiz Fernando Toledo, cofundador da agência independente de jornalismo de dados Fiquem Sabendo. Neste episódio: - Leopoldo recorda a criação do dispositivo em 2002 e seu objetivo de dar “mais flexibilidade, agilidade e eficiência à administração pública”; - Ele detalha também a quais agentes da máquina pública é permitido o uso do cartão e sob quais regras: “o mais importante é que seja transparente”, diz; - Luiz Fernando explica por que a lei permite que todas as informações que ponham em risco a segurança do presidente - por exemplo, os gastos com hospedagem e alimentação - fiquem em sigilo durante todo o mandato; - O jornalista demonstra surpresa diante da discrepância nos números divulgados pelo governo federal e pelo Portal da Transparência: “são gastos só do presidente? Ainda não sabemos”.
view more