Quando o preço do litro da gasolina bateu recordes pelo Brasil em 2022, Jair Bolsonaro (PL) aprovou às pressas, em junho do ano passado, um pacote de desoneração dos impostos sobre os combustíveis - tendo em vista as eleições que seriam realizadas em outubro. A medida avaliada como eleitoreira à época foi mantida por Lula (PT), válida por 60 dias a partir do momento de sua posse. Com a aproximação do fim do prazo, o presidente teve que decidir se arcaria com o peso político da alta nas bombas ou com o risco fiscal de abrir mão de quase R$ 29 bilhões: Lula optou por dar fim à desoneração. Para desenhar as peças neste tabuleiro, Natuza Nery recebe o jornalista Alvaro Gribel, colunista do jornal O Globo. Neste episódio: - Alvaro explica a “bomba que Bolsonaro deixou armada” e porque fica “cada vez mais difícil para o atual governo justificar a desoneração” - é preciso olhar para frente e não para o curto prazo, afirma: “Vai colher benefícios como queda dos juros e crescimento da economia”; - Ele aponta como a desoneração dos combustíveis fósseis é um “contrassenso do ponto de vista ambiental”, sobretudo enquanto o governo busca lapidar uma agenda verde; - O jornalista projeta as ações de longo prazo de Lula para lidar com as variações no preço internacional do petróleo e do câmbio interno: “Criar um fundo de estabilização”; - Por mim, Alvaro diz por que a exposição pública das divergências internas nas pautas econômicas se traduz em “efeito negativo, ruído e incerteza”. Por outro lado, afirma, se Haddad conseguir um “projeto que traga confiança” a economia pode voltar a crescer – mas, caso seja um pacote fraco, “o efeito será exatamente o contrário”.
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