A Anvisa aprovou, pela primeira vez no Brasil, um medicamento dedicado ao tratamento da obesidade. Trata-se do Wegovy, que foi liberado em janeiro deste ano e cujo princípio ativo é a semaglutida – o mesmo do já conhecido Ozempic, remédio que trata a diabetes tipo 2, mas tem sido usado para a perda de peso. Injetado via caneta aplicadora, ele tem custo alto (quase R$ 1.000 por caneta), e é considerado seguro. Mas tem efeitos colaterais e deve ser usado só sob orientação médica. Para apresentar os benefícios e perigos da semaglutida e falar sobre métodos de controle de peso saudável, Natuza Nery conversa com Paulo Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, e com a nutricionista Sophie Deram, coordenadora do projeto sobre genética dos transtornos alimentares no Instituto de Psiquiatria da USP. Neste episódio: - Paulo explica como a semaglutida age no organismo e porque apresentou resultados tão promissores em estudos sobre controle de peso. “É o mais eficaz que já tivemos em todos os tempos”, resume; - O médico também alerta para o risco do uso inadequado do medicamento, sem acompanhamento de um profissional, buscando apenas “o desejo social da perda de peso” - o aumento das vendas sem prescrição, inclusive, pode levar ao desabastecimento nas farmácias; - Sophie questiona a cultura do emagrecimento, e diz que a desnutrição é efeito colateral padrão de dietas restritivas. “Será que perder peso é um ganho para a saúde?”, pergunta; - Ela afirma que a grande maioria das pessoas que fazem dietas restritivas recupera o peso perdido, e resume em três pontos a fórmula saudável para o emagrecimento: não fazer restrições abruptas, não comer ultraprocessado e cozinhar. “Comida fresca e cozinhar com frequência parecem elementos simples, mas não são fáceis”.
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