Intermediate Portuguese With Portuguese With Eli
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O amor pode não mover montanhas de fato, mas ele faz a gente se meter em cada uma...
Veja só. Hoje tenho quarenta e cinco anos. Nunca tive muita *destreza* nem *graça* nos meus movimentos. Até tentei *enveredar* pelo futebol quando criança, mas meus coleguinhas logo perceberam que eu era *perna de pau* e me *enxotaram* do time. Sabiam que meu talento mesmo era para os livros e para a leitura e eu virei *rato* de biblioteca por vocação e falta de opção.
*Como era de se esperar*, fui crescendo e ficando *troncho* e *estabanado*. Nunca segurei bebê por medo de derrubar a criança no chão. A única *cadeira* que já mexi na vida foi a cadeira do meu escritório, porque meus quadris são inflexíveis *que é uma beleza*. E se eu *requebrar* “até o chão”, fico *acamado* por uma semana.
Mas outro dia, no caminho do trabalho, vi uma mulher dançando na rua. Era um desses showzinhos que o pessoal organiza nas praças, coisa informal mesmo, só para ganhar uns *trocados* e fazer os *transeuntes* baterem palmas ao ritmo da dança.
Ela era uma verdadeira *pé de valsa*. *Rodopiava* e *dava piruetas*, pulando para o lado e para o outro, como se a praça fosse *uma pista de dança*. As pessoas a acompanhavam, *sacudindo o esqueleto*, filmando tudo com celulares e *ovacionando* a dançarina ao fim da dança.
Quando ela terminou, veio andando com aquele *gingado* para cima de mim e me tirou para dançar. Meu Deus, fui ao céu e voltei, mas foi por dois motivos: primeiro, tive *uma tontura* por causa de tanta emoção. Meu coração batia *descompassado* de tanta alegria. Mas, por outro lado, como eu era *travado*, magro que parecia *um varapau*, não conseguia balançar muito. Ela disse: “*se solta*, meu querido!” e eu, todo *destreinado*, me soltei o quanto pude... fiquei parecendo *uma marionete*, mas consegui seguir a dança até o final.
As pessoas ao redor foram simpáticas e bateram palmas para a gente. Eu não bateria...
Depois da dança, ela me passou o número do telefone dela e me convidou para voltar ali e dançar. E agora estou eu aqui, na sala de espera de uma escola de dança, para me matricular. Eu, que nunca dancei na vida! Se amor não move montanhas, ele faz ao menos um rato de biblioteca como eu começar a se mexer.
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