No último final de semana, a tensão voltou a subir dentro do maior território indígena do Brasil - três meses depois de o governo federal iniciar uma megaoperação para acabar com a atividade criminosa e atuar contra a crise sanitária de malária. No sábado, um ataque de garimpeiros terminou com a morte de Ilson Xiriana e mais dois indígenas feridos. No dia seguinte, agentes do Ibama e da Polícia Rodoviária Federal foram recebidos a tiros em uma operação contra o garimpo – o conflito armado terminou com quatro garimpeiros mortos. Para atualizar a situação dos yanomami, Natuza Nery conversa com Rubens Valente, escritor e jornalista da Agência Pública que passou mais de 20 dias dentro da Terra Indígena. Neste episódio: - Rubens endossa as denúncias de lideranças indígenas sobre a presença de garimpeiros em grande escala dentro do território yanomami – e eles estão se preparando para novos ataques. “Isso demonstra a força armada desses garimpeiros”, afirma; - Ele avalia também a operação empreendida pelo governo, que falha pela falta “de coordenação central, embora seja um avanço”. E revela a pressão de entidades e organizações civis pela colaboração dos militares no combate ao crime: “É a hora da verdade para as Forças Armadas”; - O jornalista, por outro lado, elogia a ação do governo e das Forças Armadas no atendimento à emergência sanitária dos yanomami. Mas aponta os problemas do “apagão de dados” no Ministério da Saúde e do “expressivo número de contaminações por malária”; - Ele relata o status das operações em outras 6 Terras Indígenas no Norte do país que também sofrem com o garimpo ilegal: “Devem ser esvaziadas até dezembro”, afirma.
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