Intermediate Portuguese With Portuguese With Eli
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De vez em quando o pessoal aparece com umas modas que, vou te contar, viu? Recentemente me disseram que eu tinha ludomania. Ludomania?
Aí me explicaram: é vício em jogo. Viciado, eu?
Toda sexta-feira, depois do expediente, a gente juntava a turma toda para tomar umas e jogar uma partidinha de jogos de baralho. Tinha aposta, mas não era nada de fazer cair o queixo. No máximo, todo mundo contribuía com uns trocados para o bolo, e ninguém era obrigado a apostar. Como era um pouquinho competitivo, sempre apostava.
Quando ganhava, era uma alegria só. E eu ganhava muito porque sabia blefar e fazer cara de paisagem. Com frequência, conseguia virar o jogo. Ganhei tanta confiança no meu jogo que podia cantar vitória antes do tempo e não me preocupar.
Aí o pessoal foi saindo da nossa mesa, porque diziam: ah, o Arnaldo não sabe jogar.
Quem não sabia jogar eram eles.
Eles temiam jogar comigo porque sabiam que eu era profissa, tá ligado?
Até que chegou uma nova funcionária na nossa mesa – a Carla. Carla tinha começado com as cartelas de bingo e jogo do bicho. Mas virou mestra em pôquer. Fiquei encafifado... como era possível uma mulher ser tão boa jogadora? Eu a desafiei para uma partida de buraco e ela disse que não jogava jogo de criança. Que tal um amistoso de pôquer?
Aceitei, mas perdi. Não entendia de pôquer e estava passando por uma maré de azar. Mas não ia deixar barato.
Comprei cursos, livros, tudo o que tinha a ver com jogos de azar... até paguei um coach para me ajudar a aprimorar minha jogatina. Quando senti que tinha atingido o nível que almejava, decidi desafiá-la para uma revanche.
Coloquei todas as minhas fichas naquela partida: apostei o meu salário do mês. A Carla não titubeou. Ela aceitou a proposta no ato.
Todo mundo da empresa apareceu.
Começamos a jogar. Até que no final, percebi que a vitória estava no papo. Era impossível perder. Dava para ver nos olhos dela que ela estava desesperada. Eu estava preparado para bater com o Straight Flush, mas no final, sofri um revés: ela apareceu com um Royal flush. Fui derrotado. Todo mundo na mesa vibrou com a vitória da Carla. Eu fiquei com a cara no chão. Agora tinha perdido meu salário. Comecei a chorar.
A sorte foi que a Carla levou tudo na boa. Ela disse que não precisava do meu salário. Só queria me mostrar que eu devia me controlar e não ser tão viciado. Disse que eu tinha ludomania.
Eu, viciado em jogo? Imagina! Eu sempre soube a hora de parar.
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