Reportagem exclusiva do g1 revelou que empresas particulares estão usando terras públicas na Amazônia para emitir créditos de carbono. A fraude acontece no município de Portel, na Ilha do Marajó (Pará), região visitada pelos repórteres Isabel Seta, Taymã Carneiro e Giaccomo Voccio. É lá onde ribeirinhos disseram não ter sido beneficiados pela venda de créditos de carbono a empresas multinacionais. Para entender o que são os créditos de carbono, em que pé estão as propostas de regulação deste mercado no Brasil e o que dizem os envolvidos, Julia Duailibi conversa com Isabel Seta, repórter do g1. Neste episódio: - Isabel explica as irregularidades envolvidas na fraude cometida por três empresas que são alvo de ação da Defensoria Pública do Pará por “prática ilícita de grilagem”. Ela afirma que este é “um problema fundiário, mas também de violação territorial”, já que comunidades tradicionais têm direito à terra e deveriam ter sido consultadas sobre os projetos; - Ela descreve como é Portel, um dos maiores municípios do Pará, cuja área equivale quase ao tamanho de Alagoas. A cidade é cortada por muitos rios: “é tanta água que parece mar, não parece rio”, diz. Com a população rural vivendo na beira de igarapés e de rios, em casas de palafita e percorrendo grandes distâncias de barco; - Isabel detalha como funciona o mercado de carbono no Brasil e qual o status da discussão no Congresso para que haja uma regulamentação. Há um projeto de lei na Comissão de Meio Ambiente do Senado e, segundo declarações do presidente da Casa, o texto deve ser enviado para votação em Plenário; - A jornalista conta bastidores da apuração e da viagem ao Pará, onde ela e outros dois repórteres sofreram “abordagens estranhas”, de uma pessoa que sabia o tema da apuração, mesmo sem ter sido contatada pelo grupo. “É a Amazônia, com olhos e ouvidos em todos os lugares. Nos sentimos vigiados”.
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