30 segundos, mais de 30 tiros. Uma execução a queima roupa durante a madrugada. As vítimas: três médicos, além de um sobrevivente que ficou ferido, que estavam em um quiosque à beira-mar. O grupo estava na cidade para participar de um congresso e foi assassinado a na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, reduto de milícias. Investigadores apontam que o grupo foi morto por traficantes por engano - uma das vítimas teria sido confundida com um miliciano jurado de morte. Para entender as motivações do crime, as linhas de investigação e o significado das execuções para a segurança do Rio, Julia Duailibi conversa com os jornalistas Cesar Tralli e Octavio Guedes. Neste episódio: - Tralli lista detalhes do crime, as linhas de investigação e como logo nas primeiras horas após as mortes foi levantada a hipótese de que as vítimas foram confundidas. Ele relata que, para os investigadores, os criminosos atacaram “de forma atabalhoada, sem planejamento”; - Tralli explica como será a cooperação entre as polícias do Rio, de São Paulo e a Polícia Federal para esclarecer o crime. “É uma divisão de tarefas que é um trabalho de formiguinha fundamental para esclarecer” o crime, diz. Segundo ele, investigadores acreditam que por trás das mortes está o confronto entre milicianos; - Octavio fala como a Barra da Tijuca, região onde as milícias nasceram e cresceram, é “o local preferido para as execuções do escritório do crime”. E ponta que, “estranhamente, ou coincidentemente, a ausência de policiamento ostensivo ajuda” na existência deste tipo de crime; - Octavio conclui analisando como toda engrenagem da segurança pública do Rio “é feita para não funcionar”. Para ele, cada vez mais “o crime se infiltra nos poderes políticos” do Estado e a ideia do governador Claudio Castro sobre segurança pública é errada. “Não existe a ideia de criar bolhas de segurança numa cidade degradada pelo crime”.
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