Desde o ataque terrorista do Hamas, Israel não mede esforços em colocar em operação todo o seu poder militar – um arsenal com mais de 2 mil tanques e mais de 300 aeronaves de combate. E conforme o exército israelense ataca e acumula corpos na Faixa de Gaza, atores internacionais se posicionam no xadrez da geopolítica: sejam eles grupos armados como o Hezbollah, sejam países vizinhos como Arábia Saudita e Irã, ou ainda grandes potências globais, caso de EUA e Rússia. E novamente acende-se o alerta sobre o risco de uma escalada do conflito para patamares inéditos. Para avaliar esse risco e descrever a força militar dos envolvidos na guerra, Natuza Nery recebe Vitelio Brustolin, professor de relações internacional da UFF e professor adjunto na Universidade de Columbia (EUA), e também pesquisador da faculdade de Direito de Harvard. Neste episódio: - Vitelio compara o poder bélico de Israel e do Hamas. Ele lembra que Israel é um dos países que mais investe em força militar e conta com um exército com mais de 600 mil integrantes, entre militares ativos e reservistas - além de ser ambíguo sobre a posse de armas nucleares. “Do lado do Hamas, a estimativa é que sejam 30 mil terroristas no meio de uma população de 2 milhões de pessoas na Faixa de Gaza”, afirma; - Ele explica por que os escombros das construções em Gaza e os cerca de 500 quilômetros de túneis subterrâneos podem ser o maior desafio para a incursão terrestre do exército israelense: “É uma guerra 360 graus, e as forças armadas podem sofrer todo tipo de emboscada”; - Vitelio também fala sobre o aumento das tensões na fronteira norte de Israel com o Líbano, onde o grupo armado Hezbollah ameaça entrar na guerra em favor do Hamas – ambos financiados pelo regime iraniano. “Não é do interesse do Irã entrar nessa guerra, mas não interessa ao país a aproximação de nações árabes com Israel”, analisa; - O professor sentencia que “não é do interesse de ninguém que a guerra escale”. Isso porque a região é rica em petróleo, é rota de 90% do comércio mundial em via marítima e já há uma grande guerra (a da Ucrânia) que põe a Europa em risco: “A erosão da diplomacia poderia levar a humanidade a uma 3ª guerra mundial”.
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