Sem água, sem comida, sem remédios... A Faixa de Gaza é alvo de bombardeios do Exército israelense há mais de 10 dias, e a população civil sofre com a falta de ajuda humanitária em meio a disparos de mísseis e foguetes. Nesta quarta-feira (18), os EUA barraram uma resolução da ONU que previa a instalação de um corredor humanitário - mas o governo liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, pressionado pela visita do presidente americano Joe Biden, autorizou a entrada de ajuda humanitária. Diretamente de Khan Yunis, o palestino Hasan Rabee relata a situação de quem aguarda para cruzar a fronteira com o Egito - ele que desde o início da guerra tenta deixar Gaza com a mulher e as duas filhas brasileiras. Natuza Nery também conversa com Tarciso Dal Maso, advogado e professor de Direito Internacional no Centro Universitário de Brasília. Neste episódio: - Tarciso descreve como funciona um corredor humanitário: "De um lado, chega ajuda humanitária; e do outro, pessoas precisam sair em segurança”. E justifica porque, no caso específico de Gaza, sua realização é tão complexa. “Há a necessidade de dialogar com diversos atores e a logística não é pequena”; - Ele explica as “duas linhas de atuação” do direito internacional humanitário: a proteção de pessoas civis e seus bens e a proibição de determinados métodos de combate – como uso de escudos humanos e de restrição de acesso a água e comida; - O advogado também comenta o “fortíssimo impacto psicológico” da guerra para as crianças e aponta outras consequências: difícil reinserção social, recrutamento como crianças-soldados e exploração laboral e sexual. “É também cenário propício para futuros radicalismos”, conclui.
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