Podcast Marketing por Idiotas - RFM
Business:Management & Marketing
Publicidade na X ou Twitter, pagar por redes sociais e o futuro do dinheiro – e153s01
Hoje venho falar de redes sociais pagas.
Estamos a passar uma fase em que mais redes sociais começam a anunciar que vão começar a fazer alguns testes para que as suas redes comecem a ter as opções pagas…ou seja pagar para ir ao instagram, ao tiktok, etc.
A ideia é que se não podemos violar a privacidade e mostrar anúncios segmentados, então o utilizador tem de pagar aquilo que as redes sociais iam ganhar com eles de outra forma.
Neste momento existem algumas dúvidas nas cabeças das empresas de redes sociais…é que privacidade não significa apenas cantar o kumbaya e não mostrar anúncios…significa também menos dados para personalização o que pode afectar a experiência do utilizador.
Boa parte do sucesso das redes sociais vem da capacidade do algoritmo conseguir entregar a cada um uma experiência personalizada com aquilo que ele quer ver…é isso o que o mantém viciado e a fazer scrolls infinitos.
Quanto ao estado actual das coisas:
Dating Apps são pioneiras: Já têm opções pagas activadas e com sucesso;
Linkedin: Já tem opção paga, cerca de 30$ activada com foco em mais funcionalidades; (irritou-me)
X: Tem opção paga com foco em selo azul ($8) (LOL);
Youtube: 8,49$…
Meta: Não tem mas diz que vai cobrar cerca de 10$ (13$ iphone)
Tiktok: Não tem mas vai testar com cerca de 4,99$ (um preço da china);
Já se percebeu então que os preços v ão andar entre os 4.99$ e os 15$…não é muito mas…
As 3 questões que se começam a colocar relativamente a pagar para aceder às redes sociais são os motivos pelos quais alguém decidiria pagar:
As opiniões dividem-se.
Há quem diga, como eu, que os utilizadores estão-se a marimbar para a privacidade se isso significar ter de pagar 5$ por mês para que esta não seja violentada sem escrúpulos pelas grandes tecnológicas…mas claro uma pequena percentagem vai preocupar-se e por isso vai pagar (para mais tarde descobrir que a sua privacidade foi violada na mesma de outras formas).
Penso que é uma questão de tempo até vermos activistas da publicidade invadirem eventos de marketing digital e vandalizarem obras de arte gritando:
“Não existe arte num mundo sem privacidade. Eles estão a violar-nos! Junta-te a nós!”
Há quem diga que as pessoas vão pagar para não ver publicidade.
Aqui eu divido-me um pouco.
Há uns episódios atrás quando falei sobre jogos no tablet disse que eu compro jogos só para que a minha filha não me chateie de 40 em 40 segundos a pedir para tirar os anúncios porque as cruzes estão sempre a mudar de cor e de sitio.
No caso do youtube ela já percebeu que tem de esperar ou carregar no ignorar anúncio passado 5 segundos…ou seja já nem começa aos berros.
Obrigado youtube por teres ensinado a minha filha a lidar com a frustração de não receber as coisas no imediato…isso tem ajudado cá em casa!
Mas nas redes sociais como tiktok e instagram a conversa é outra:
Estas redes sociais foram desenhadas desde inicio foi para garantir que os anúncios afectavam o mínimo possível a experiência de utilizador…ou seja…aparecem como se fosse conteúdo nativo.
Não existem janelas chatas para fecharmos etc…
No tiktok então a experiência é quase invisível até porque as marcas são incentivadas a misturarem-se com os conteúdos normais.
Se nada mudar na experiência de anúncios será que as pessoas estão dispostas a pagar para se verem livres deles?
Mesmo assim penso que pagar para não ver publicidade tem mais hipóteses de sucesso do que pagar para ter privacidade.
Finalmente a questão de pagar para ter mais funcionalidades:
Acho que era aqui que as marcas deviam apostar tudo.
Se formos a analisar os modelos de negócio freemium, tanto nos jogos, como nos saas, etc, é assim que funciona.
Então poderia ser interessante termos mais funcionalidades nas redes sociais “genéricas” como temos por exemplo nas dating apps como o tinder.
Mas não pode ser um simples selo azul que não significa nada.
Podiam existir novos formatos de posts apenas disponíveis para quem paga, novas funcionalidades para automatização disponíveis para criadores e marcas, sei lá…pensem nisso!
A única funcionalidade que penso que não deve existir é a do REACH maximizado.
Estive a reflectir sobre isto e penso que poderia criar uma situação como nalguns jogos online em que de repente alguns jogadores, mais endinheirados, têm tanta vantagem sobre os outros que fazem com que novos joadores desistam.
Mas agora as questões para vocês:
https://www.marketingdive.com/news/ad-free-meta-facebook-instagram-tiktok-advertiser-budget/696389/
Diogo
Esta semana venho vos trazer um artigo do Wall Street Journal com o nome este é um anúncio falso e penso que poderá ser realmente o futuro da publicidade no mundo.
Então artigo fala sobre a publicidade no x ou no antigo Twitter onde os anúncios podem agora conter notas da comunidade. Essas notas são uma review por parte dos utilizadores sobre o post que está a ser publicado ou neste caso sobre o anúncio que está a ser promovido.
O problema é que marcas como a Apple a Samsung ou a Uber tiveram agora também os seus anúncios comentados pelas notas da comunidade referindo alguns aspetos incorretos nos seus posts promovidos tem. Por exemplo:
Um anúncio recente da Samsung no X recebeu uma Nota da Comunidade a referenciar que as câmaras do telefone da empresa alteram digitalmente as fotos da lua que eles tiram para que a qualidade da camera pareça melhor do que é na realidade.
Ou no caso da uber na sua publicidade anunciava earn like a Boss ou ganhe que nem um patrão mas nas notas da comunidade era adicionado o valor médio que um condutor de Uber ganhava.
Enfim claro que há aqui uma questão se as empresas estão ou não estão a gostar deste tipo de publicidade com notas e como isso pode impactar a publicidade na plataforma x mas a minha questão vai um pouco mais além.
Não poderá ser este tipo de publicidade a publicidade no futuro onde uma comunidade ou revisores têm a possibilidade de adicionar contexto e uma espécie de fact checking sobre essa publicidade para que essa publicidade não possa ser enganosa.
Nós no nosso grupo de WhatsApp temos vindo a falar cada vez mais de exemplos de publicidade de Facebook bastante enganosa onde sites simulam ser sites de notícias como o público, sapo, etc. mas depois são esquemas de bitcoin.
Mas imaginem que esses anúncios tinham uma nota de comunidade no Facebook onde as pessoas conseguiam logo à partida perceber que aquele anúncio era anúncio de fishing ou um anúncio de esquema de bitcoin.
E seria bom certo? Isso seria uma forma mais transparente de termos anúncios online.
E a minha questão para vocês é essa. Se acham que isso pode ser um possível futuro na publicidade online? Será que o Elton musk acertou em mais uma previsão?
https://www.wsj.com/articles/this-is-a-false-advertisement-x-ads-are-being-challenged-by-reader-context-239ef2e6
Community Notes on X Start Challenging Ads by Apple, Samsung Other Tech Giants (digitalinformationworld.com)
Fred
Caríssimos ouvintes, hoje trago um tema que vai mexer com a vossa carteira, mas talvez não da forma que estão a pensar.
Não, não vou falar de impostos nem de Black Fridays.
Vou falar de algo que usamos todos os dias: o dinheiro.
E quando digo dinheiro, refiro-me ao verdadeiro epicentro das transações financeiras—os meios de pagamento eletrónico.
Imagina que és dono de uma loja e que, a partir de 2025, passas a ter de aceitar pagamentos eletrónicos, quer gostes, quer não.
Isto não é uma realidade distante.
O Banco Central Europeu está a cozinhar o futuro do dinheiro: o euro digital.
Entre as inovações planeadas, vai tornar mais abrangente a tecnologia tap-to-phone que a MasterCard e outros têm, bem como QR Codes para transferências imediatas estão igualmente na agenda. Há também o desenvolvimento de uma funcionalidade permitindo transferências imediatas via telemóvel.
Os pagamentos ao Estado serão facilitados, com a implementação de uma variedade de métodos eletrónicos acessíveis.
Para além de ser um passo ousado na modernização financeira, isto vai obrigar todos os comerciantes a terem meios de pagamento eletrónico, inclusive a pequena lojinha de esquina. “E que mal tem?”
O Sr. Joel Azevedo, presidente da Associação dos Comerciantes do Porto, como muitos outros refere: “este método tem sempre um impacto financeiro para os lojistas, por mais pequeno que seja”.
A tendência de digitalização não é apenas um fenómeno nacional.
Dados da UE, mostram que nos últimos três anos, o uso de pagamentos em dinheiro na zona do euro caiu de 72% para 59%.
Em países como a Holanda e a Finlândia, o dinheiro físico é usado em apenas um quinto das transações.
Do ponto de vista de marketing, recordo que a moeda e o papel-moeda impresso com a cara de figuras notáveis podem ser considerados uma forma de “marketing nacional”.
Servem não apenas como um meio de troca mas também como um símbolo da nação, muitas vezes destacando líderes históricos, figuras culturais ou marcos geográficos significativos que têm um impacto profundo na identidade nacional.
Esta é uma maneira de comunicar valores, história e cultura, e de fortalecer a marca nacional, por assim dizer. A verdade é que o dinheiro vai deixar de ser um pedaço de papel com a face de um herói nacional.
É uma série de zeros e uns, protegidos por sistemas de segurança e regulamentações.
O dinheiro passa de algo tangível a algo abstrato, mas não menos real.
No contexto da modernização financeira e dos meios de pagamento eletrónico, como a que está a ser planeada pelo Banco Central Europeu e pelo Banco de Portugal, será interessante ver como estes elementos de “marketing” vão adaptar-se ou traduzir-se em formas digitais.
Estamos a avançar para um cenário onde o dinheiro é tanto uma medida de valor como um ícone da nossa cultura digital.
PERGUNTAS:
* Será que a imposição de pagamentos eletrónicos aos comerciantes é uma inovação inclusiva ou um fardo financeiro disfarçado? O que pensam?|
* Como achas que a digitalização da moeda afetará a nossa relação emocional e cultural com o dinheiro? Perderemos parte da nossa identidade nacional ao abandonar o dinheiro físico?
Dados da UE: https://www.ecb.europa.eu/press/key/date/2023/html/ecb.sp230123~2f8271ed76.en.html
MasterCard:
https://www.mastercard.com/global/en/business/overview/start-accepting/mobile-pos/tap-on-phone.html
Sobre o Podcast Marketing por Idiotas
O podcast Marketing por Idiotas é um podcast sobre marketing em Portugal. Neste podcast semanal falamos sobre notícias, irritações e inquietações sobre marketing digital e analógico.
O podcast é apresentado e moderado pelo Diretor de Marketing da Turim Hotéis, Ricardo Vieira e tem como comentadores com lugar cativo o freelancer Diogo Abrantes da Silva, o formador e consultor Frederico Carvalho e o CEO da pkina.com e funis.pt Miguel Vieira.
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