Mais uma vez, propostas para pacificar o conflito foram frustradas no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os textos apresentados por EUA e Rússia foram vetados, assim como aconteceu com a tentativa brasileira de apresentar um cessar fogo – o Itamaraty deve apresentar nova proposta nos próximos dias, com o apoio de países que não são membros permanentes do Conselho. E enquanto as lideranças falham em encontrar resoluções racionais para o conflito, quase 8 mil pessoas já perderam a vida. Para explicar o tabuleiro da diplomacia, Natuza Nery entrevista Tanguy Baghdadi, professor de relações internacionais na Universidade Veiga de Almeida e fundador do podcast Petit Journal, e Christopher Mendonça, professor de relações internacionais do Ibmec-MG. Neste episódio: Tanguy analisa o atual cenário do conflito e a expectativa internacional sobre a força que Israel irá empregar para invadir por terra a Faixa de Gaza – e como isso irá impor mais terror à população civil de lá. “A pergunta é para onde essas pessoas vão. Qual é a alternativa delas?”, questiona; Ele aponta duas dimensões para se observar neste momento: o discurso oficial das autoridades e aquilo que é dito “a portas fechadas”. Para ele, os votos no Conselho de Segurança são "um campo de disputa daqueles que os olhos veem” e o Brasil é um dos atores que tentam “destravar esse cenário”; Christopher comenta as críticas ao Conselho de Segurança, uma estrutura criada há 80 anos e que tem 5 países com direito ao veto: “Essa forma de decisão tem prejudicado que as resoluções de paz cheguem a sua formação”; Ele também fala sobre a "dilapidação do processo de tomadas de decisão da ONU” e o recente atrito entre o Secretário-Geral da organização e o chanceler israelense. “A ONU, a despeito de suas falhas, ainda é o principal órgão de mediação entre os Estados”, afirma.
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