Uma onda densa de fumaça cobre Manaus e deixa o ar praticamente irrespirável. Uma crise ambiental provocada pelas queimadas – cuja temporada começa em agosto – e agravada pela seca histórica que atingiu o Rio Negro nos últimos meses. Tudo somado ao calor intenso provocado pelo El Niño. A situação só não é pior porque os níveis de desmatamento estão em queda. Para entender as causas do problema, e como as queimadas e os incêndios florestais aceleram as mudanças climáticas, Natuza Nery conversa com Alexandre Hisayasu, repórter da Globo em Manaus, e com Ane Alencar, diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Neste episódio: - Alexandre descreve o que mudou na paisagem manauara, região onde o número de focos de queimadas mais que dobrou em 2023 em relação ao ano passado: “Nós conseguíamos visualizar o Rio Negro e cidades da região metropolitana. Hoje, só vemos uma nuvem cinza”; - Ane explica por que, embora o desmatamento na Amazônia tenha caído mais de 40% em 2023, o número de focos de incêndios subiu. “Depende de três fatores: clima favorável, material combustível e fonte de ignição”, resume. “Agora, imagine se casássemos as condições climáticas desse ano com o desmatamento do ano passado. Seria muito mais catastrófico”; - Ela aponta dois caminhos para reduzir o fogo na Amazônia: o combate ao desmatamento ilegal e os incentivos para o não uso do fogo na pecuária. “Principalmente nas áreas que já foram desmatadas”, conclui.
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