"Vivemos um estado de guerra”, assim o presidente Daniel Noboa classificou a situação do país depois da escalada de violência e mortes. A crise se agravou depois da fuga de um dos chefes do narcotráfico, e é a primeira prova de fogo do atual governo. Noboa assumiu em novembro para um “mandato tampão”, depois de um processo eleitoral marcado pela violência e pelo assassinato de um candidato à presidência. Para entender a situação no Equador e os fatores que levaram o país ao domínio do narcotráfico, Julia Duailibi recebe Maria Teresa Escobar, jornalista baseada em Quito, e Thiago Rodrigues, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Neste episódio: - Direto de Quito, Maria Teresa narra a situação na capital depois da “madrugada de terror”, quando policiais foram sequestrados e a população entrou em pânico. “Quito amanheceu vazia, com as pessoas trancadas em casa”, relata; - A jornalista classifica como positiva a medida do presidente de admitir a existência de um conflito armado contra o narcotráfico. “Existe um conflito interno. É bom que não falemos mais em crise de segurança”, diz, ao lembrar a explosão do número de mortes no país desde 2019. “Não é uma coisa pequena”, afirma; - Thiago explica como, ao ser eleito com a promessa de “repressão total” ao narcotráfico e de “outsider” da política, Noboa adotou medidas que desencadearam resposta violenta de grupos criminosos no país; - O professor conclui como a crise e a “declaração de guerra” pode ajudar Noboa em uma eventual tentativa de reeleição, em 2025. Para ele, se o atual presidente conseguir transmitir uma imagem de diminuição da violência, “vai ser visto pela opinião pública como alguém que resolveu o problema, sem resolver”, afirma.
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