Parece reprise, mas não é.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não desistiu de atacar o Banco Central (BC), os juros e o patamar atual das metas de inflação. Em entrevista à RedeTV! na noite da última quinta-feira (2), o petista subiu o tom e disse que vai "esperar esse sujeito terminar o mandato para avaliar o que significou a independência do BC".
O sujeito em questão é Roberto Campos Neto.
Lula também quer saber se os chefes do Legislativo estão felizes com o presidente do BC, porque, afinal, eles deveriam imaginar que a autonomia da autarquia faria a economia crescer.
O presidente da República dá ao BC um poder que ele não tem e transfere para a autoridade monetária a responsabilidade sobre o fracasso das escolhas do governante. A oratória política é boa nisso: compartilhar erros, e não avanços.
A inflação herdada por Lula tem choques das crises recentes e, mais ainda, efeitos da gastança promovida por Jair Bolsonaro. O novo governo quer seguir só com a gastança, e não quer o estrago que ela causa -- ou melhor, quer culpar o BC pelos efeitos dela.
A nova rodada da cantilena petista pode -- ou não -- provocar uma mudança na percepção de risco sobre o Brasil, e essa reação vai dizer muito sobre o quanto vale a palavra do presidente da República.
No episódio desta sexta-feira (3), o CNN Money ainda discute a alta da inadimplência no país e os resultados das big techs, que viram seus lucros em queda livre no último trimestre.
Apresentado por Thais Herédia, o CNN Money apresenta um balanço dos assuntos do noticiário que influenciam os mercados, as finanças e os rumos da sociedade e das dinâmicas de poder no Brasil e no mundo.
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