O número é recorde: 9,4 milhões de estudantes chegaram ao Ensino Superior, segundo o censo do Inep mais recente. São jovens e adultos que investem dinheiro, tempo e energia em mais anos de estudo, com a esperança de que o esforço se pague no mercado de trabalho. Mas não tem sido bem assim. A quantidade de trabalhadores com diploma universitário que ocupam vagas fora da própria área – e nem sequer exigem formação superior – aumentou mais de 20% em 3 anos. De um lado, há concentração de estudantes em poucos cursos (Pedagogia, Administração, Direito e Enfermagem somam 27% dos universitários do país); de outro, há escassez de mão de obra em setores onde há vagas (no setor de tecnologia, estima-se um déficit de 500 mil profissionais até o ano que vem). Para detalhar esses números, Natuza Nery conversa com Juliana Causin, repórter do jornal O Globo que escreveu reportagem sobre os dados mais recentes dessa desconexão entre universidade e mercado de trabalho. Participa também Ildo Lautharte, economista do Banco Mundial na área de educação e coordenador do relatório de capital humano da instituição - ele explica como investimentos em saúde e educação na formação das crianças brasileiras poderia resultado em um PIB até 158% maior.
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