Neste episódio, falamos sobre se o vídeo é bom para performance marketing? Se marketing é responsável pelo consumismo ou a produção excessiva e aviões. E por último, as maiores falhas tecnológicas da década: como prevenir e aprender com elas (Crowdstrike, Microsoft)?
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MIGUEL
O Vídeo é bom para PERFORMANCE MARKETING?
Segundo um relatório da Interactive Advertising Bureau os anunciantes em plataformas e redes sociais em formato vídeo dão cada vez mais prioridade KPI’s como Vendas e Visitas a Lojas!
Esta é uma tendência que tem ano a ano vindo a ganhar força sendo agora o principal KPI com que os marketeers dizem analisar os resultados destas campanhas.
Nos anos anteriores os KPIs para medir o sucesso dos vídeos era o alcance, nº de visualizações, frequência e pessoas a quem o vídeo chegou.
No entanto este relatório da IAB diz que ainda existe falta de ferramentas e uma enorme dificuldade em medir a eficácia do vídeo quando utilizado como um formato de performance.
Então falando em números nas diferentes plataformas…quantos marketeers é que valorizam então estes novos KPIs relacionados com o negócio:
Vídeos nas redes sociais – 64%
Vídeos nas plataformas de vídeo – 58%
Vídeos nas Connected TVs – 54%
O mercado das Connected TVs…tal como o Diogo referiu há uns episódios atrás está a começar a crescer, a evoluir e a tornar-se um dos locais ideais para as marcas anunciarem se procuram performance.
O relatório revela que cerca de ¾ dos anúncios em CTV já são comprados com métodos programáticos, real time bidding, marketplaces privados e redes de anúncios.
O relatório prevê que em 2024 o crescimento da publicidade em vídeo, social vídeo e ctv vai crescer cerca de 16% tornando este um mercado de 64 biliões.
Com este crescimento vem a necessidade de encontrar melhores ferramentas de medição, sendo que neste momento o desafio é conseguir encontrar forma de medir performance tanto nas pequenas empresas que trabalham segmentações apertadas e pequenos nichos e nas grandes empresas que trabalham grandes mercados.
Agora para terminar dou um exemplo em primeira mão:
Há coisa de 2 anos um cliente quis testar uma presença em televisão digital.
O formato escolhido foi aquele quando estamos a querer ver uma repetição de um vídeo na BOX (não vou referir marcas) ele mete um vídeo de 30’’ em pre-roll.
Este cliente faz muita publicidade online e em TV com sucesso e só está interessado em performance…chamadas para um callcenter.
Basicamente a pessoa via um anúncio com uma pessoa a falar, uma oferta, e um número de telefone para ligar.
Fizemos o teste e a realidade é que…não correu nada bem a experiência com resultados residuais…
Há 2 anos atrás fiquei com dúvidas em relação a este formato para performance marketing.
Talvez tenha sido o facto de estarmos a tentar fazer conversões com telefone…não sei…
E vocês caros colegas? Acham que Vídeos nas plataformas como Youtube, redes sociais, CTVs podem trazer bons resultados a nível de conversões fora do mundo digital…estilo visitas a loja, chamadas telefónicas, vendas, etc?
FRED
O meu tema hoje foca-se no que podemos aprender com as maiores falhas tecnológicas da última década e como podemos prevenir, mitigar e, possivelmente, antecipar os riscos associados.
Começo com o episódio mais recente: a falha causada por uma atualização de software defeituosa na Crowdstrike, um produto da Microsoft.
Mas, antes de aprofundar este caso, quero recordar alguns eventos históricos recentes que marcaram o mundo digital:
- Amazon Web Services (AWS) em 2020 - Um dos maiores provedores de infraestrutura de nuvem do mundo enfrentou uma falha que durou várias horas. O incidente impactou serviços e sites dependentes da AWS, incluindo Adobe e a própria Amazon, causando problemas em larga escala.
- Google em 2020 - Uma falha afetou serviços como YouTube, Gmail e Google Drive, atribuída a um problema no sistema de autenticação.
- Facebook e Instagram em 2023 - uma das maiores interrupções na sua história, ficando inacessíveis por várias horas. A falha foi atribuída a uma configuração de rede incorreta, afetando milhões de utilizadores e negócios que dependem dessas plataformas para comunicação e comércio.
- Crowdstrike em 2024 - Uma atualização defeituosa provocou uma falha que afetou cerca de 8,5 milhões de dispositivos Windows.
Curiosidade esta manhã, vi primeiro no grupo de WhatsApp no podcast, uma notícia indicando que a Microsoft atribuiu parte da culpa às restrições regulatórias da UE.
Agora, pergunto: que lições podemos, nós, profissionais de marketing, gestores e líderes que escutam este podcast, podemos retirar destas falhas não apenas como uma questão de curiosidade técnica, mas como um imperativo estratégico.
Vou aprofundar o Problema:
Parecia um filme de Hollywood: aeroportos, hospitais e emissoras de TV paralisados não por um ataque de cibersegurança, mas por um simples erro numa atualização de software da Microsoft, a CrowdStrike. A ferramenta criada para proteger sistemas tornou-se a fonte do problema.
O New York times, acrescenta que o incidente, que começou nos Estados Unidos, destaca uma verdade incómoda: a nação mais rica e poderosa do mundo é vulnerável a pequenos erros com grandes repercussões.
Qual é a solução?: A resposta para estes desafios, segundo especialistas, pode estar na tecnologia que promete ser a nossa salvação: a inteligência artificial.
Kent Walker, do Google, refere que a IA é uma ferramenta essencial para identificar vulnerabilidades e melhorar a programação, reduzindo potencialmente a frequência e a severidade dessas falhas.
Para mim, o que todos esses incidentes nos ensinam é a necessidade de estarmos sempre preparados, sermos proativos, termos respostas ágeis, e talvez mais importante, a colaboração entre setores para prevenir falhas antes que ocorram, assegurando a estabilidade e a segurança do nosso ecossistema digital.
A resiliência digital não é um destino, mas uma jornada contínua de melhorias e aprendizado.
Pergunta 1 (especial Miguel)
Considerando o incidente da Crowdstrike, onde a Microsoft aponta restrições regulatórias da UE como parte do problema (ou para sacudir água do capote) qual é o equilibro entre a necessidade de proteção e a liberdade de inovar?
Pergunta 2:
É justificável confiar cada vez mais na IA para funções críticas, sabendo que também pode ser uma fonte de novas vulnerabilidades? Estou a lembrar-me dos riscos de viés, erros do algorítmico que podem levar a falhas significativas
DIOGO
Esta semana venho falar sobre o papel do marketing no consumismo, a responsabilidade das empresas e o que podemos fazer melhorar.
Então, na minha bolha, na semana passada vi um post no Linkedin no qual vou deixar um pequeno resumo do post para o Miguel ler, pode ser Miguel?
Está preparado?
O verdadeiro problema é a produção excessiva, não o consumismo. Em 2023, os gastos com marketing global atingiram 1,65 biliões de dólares (ou trillion dollars em inglês), com grandes corporações a investir fortunas para nos vender produtos desnecessários, visando o lucro a qualquer custo. Empresas como Procter & Gamble, Amazon, Unilever e outras gastam milhões em marketing, utilizando técnicas para explorar a nossa natureza humana e incentivar à compra. Embora possamos fazer escolhas melhores, a responsabilidade principal recai sobre essas empresas e não sobre as pessoas. A produção excessiva é o verdadeiro problema, não o consumismo.
Portanto, no fundo o que o Carlos Terol está aqui a dizer é que devemos desresponsabilizar mais as pessoas pelo consumismo, alterando a culpa para o marketing das empresas.
E o Carlos termina com uma questão: Como podemos resolver isto?
E houve várias sugestões como uma pessoa que deu a dica de, “Escreva tudo o que gostaria de comprar num pedaço de papel. Sempre que quiser comprar algo, anote-o e coloque-o num lugar visível. Depois de 1 semana ou 1 mês, verifique se ainda sente que precisa ou quer os itens que escreveu.” ou outro utilizador a sugerir mesmo terminar com marketing ou publicidade nas empresas e deixar as pessoas pesquisarem por si o que necessitam e o que querem comprar sem influência.
Na verdade não sei se o verdadeiro problema é o consumismo por parte das pessoas ou a produção excessiva por parte das empresas ou os 2 mas estou a ler um livro aconselhado no QSP que se chama Net Positive e que é escrito pelo CEO da Unilever e pensei em partilhar convosco alguns dos princípios no livro para uma empresa ser net positive ou seja, uma empresa que melhore a vida de todos os que toca e inclusivé o planeta.
Eis então os 5 princípios de uma empresa net positive mencionados no livro:
- Ownership dos Impactos: As empresas net positive responsabilizam-se por todos os impactos e consequências que decorrem das suas atividades, intencionais ou não.
- Criar Benefício a longo prazo: Ser net positive é operar com o benefício a longo prazo das empresas e da sociedade, evitando o short-termism que falámos no episódio 183.
- Criar Retornos Positivos: Net positive, são empresas que criam um retorno positivo para todas as partes interessadas, incluindo trabalhadores, clientes, fornecedores, parceiros, a próxima geração e o próprio planeta.
- Recompensam stakeholders: Empresas net positive são empresas que recompensam os seus acionistas como resultado do modelo multissetorial de longo prazo (isto tem a haver que todos, inclusive os clientes, sejam stakeholders).
- Criam Parcerias: Por último as empresas net positive, estabelecem parcerias com outros, incluindo concorrentes, críticos, sociedade civil e governos, para enfrentar grandes problemas sistémicos que não podem ser resolvidos sozinhos.
Bem não vou questionar se o marketing é responsável pelo consumismo a não ser que queiram comentar (até porque a resposta é sim) mas gostava de saber a vossa opinião sobre se a sustentabilidade veio para ficar ou é só uma tendência que passará? E se veio para ficar porque andamos ainda comprar publicidade em aviões na praia? Não deveriam as empresas já ter alguma noção sobre as suas emissões vs. andar a aumentar a sua pegada com publicidade como é enviar um avião no ar para promover a nova discoteca do Algarve?
Net Positive: How Courageous Companies Thrive by Giving More Than They Take
https://netpositive.world/wp-content/uploads/2022/04/NP_deck_v5.pdf
https://www.linkedin.com/posts/carlos-terol_overconsumption-is-not-a-problem-the-real-activity-7216785470200922112-We2D/
Sobre o Podcast Marketing por Idiotas
O podcast Marketing por Idiotas é um podcast sobre marketing em Portugal. Neste podcast semanal falamos sobre notícias, irritações e inquietações sobre marketing digital e analógico.
O podcast é apresentado e moderado pelo Diretor de Marketing da Turim Hotéis, Ricardo Vieira e tem como comentadores com lugar cativo o freelancer Diogo Abrantes da Silva, o formador e consultor Frederico Carvalho e o CEO da pkina.com e funis.pt Miguel Vieira.