"A televisão é um veículo que ainda hoje me assusta", confessa narrador esportivo
Milton Leite é um dos mais queridos e talentosos narradores esportivos do Brasil. Paulistano formado em jornalismo pela ECA-USP, ele começou sua carreira em 1978 no Jornal de Jundiaí. Sua estreia no rádio aconteceu no ano seguinte, na Rádio Difusora Jundiaiense, e de lá para cá ele passou pelo caderno de Economia do jornal O Estado de S. Paulo e pela apresentação do programa de variedades “Show da Manhã”, na rádio Jovem Pan. Passou também pela ESPN Brasil onde trabalhou por dez anos, desde a estreia do canal, e por onde cobriu importantes eventos esportivos como a Copa do Mundo da França e os Jogos Olímpicos de Sidney e Atenas.
Em 2005, buscando dar um sacudida na carreira, assinou com a Globo e passou a integrar o time do SporTV, canal pelo qual cobriu as Copas do Mundo da Alemanha e Africa do Sul, e as Olimpíadas de Pequim e Londres. Atualmente, além do trabalho no SporTV, ele pode ser visto narrando importantes eventos esportivos na própria Globo, como, por exemplo, a final da Liga dos Campeões da UEFA.
O papo desta semana no Trip FM é com o figura que vem dando um novo fôlego e novos ares às transmissões esportivas televisivas com seus bordões cheios de bom humor, como "Que fase!".
"Tem alguma coisa que te transforma quando acende a luz em cima da câmera"
"Os bordões me perseguem onde eu vou [risos]. Mas é assim mesmo. Eu acho isso bem divertido. É sinal que as pessoas acompanham, gostam e sobretudo se divertem com esse tipo de coisa", explicou o narrador na entrevista. "Todo mundo que me reconhece logo fala: 'que beleza' [risos]. E eu adoro. Nunca me preocupei em escrever bordões. Todas as expressões que eu uso á estavam por aí, não foi nada eu que inventei."
Milton aproveitou para falar também um pouco sobre o assédio dos fãs, que disparou com sua chegada às transmissões esportivas da TV aberta no Brasil.
"Quando a pessoa vem falar com você ou repete seu bordão na sua presença, é porque ela gosta de você e porque ela respeita seu trabalho"
"De uns tempos pra cá, muita gente passou a me conhecer. E é muito divertido. É legal ver as pessoas te reconhecendo no restaurante ou no cinema. É muitas vezes meio estranho, porque quando eu decidi ser jornalista eu não imaginava que chegaria nesse ponto", comentou. "Quando a pessoa vem falar com você ou repete seu bordão na sua presença, é porque ela gosta de você e porque ela respeita seu trabalho. Então isso é muito gratificante."
"A televisão é um veículo que ainda hoje me assusta um pouco. Primeiro por causa dessa repercussão que ela causa. É só depois que você sai do estúdio para a rua que você vê que haviam pessoas assistindo", continuou Milton. "E o próprio meio televisivo é um meio que tem muita vaidade e muita disputa. Então trabalhar na televisão é uma coisa que dá muito retorno, mas é muito assustador. Tem alguma coisa que te transforma quando acende a luz em cima da câmera. Mesmo depois de tanto tempo, eu ainda não me acostumei."
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