Cantor e ator global fala sobre personagem homofóbico em novela e carreira musical
O papo da semana no Trip FM é com o Alexandre Nero, que está lançando seu terceiro álbum solo, Vendo Amor – Em Suas Mais Variadas Formas, Tamanhos e Posições.
Cantor que virou ator, apesar de muita gente achar o contrário, ele vem conquistando grande visibilidade nos últimos anos. Desiludido com o curso de Administração em São Paulo, voltou para Curitiba e começou a cantar em bares. Dali veio o convite para trabalhar no teatro e em 2006, quando encenava o espetáculo Os Leões, foi chamado para fazer uma participação na novela Casos e Acasos, da Rede Globo.
Sua atuação agradou bastante e ele foi chamado pra outros papéis, entre eles o do verdureiro Vanderlei, em A Favorita, e, mais recentemente, do motorista-machista-homofóbico Baltazar, de Fina Estampa, personagem que cresceu e ganhou muito espaço ao longo da trama. Você já deve ter percebido que o papo hoje aqui no
Na entrevista ele falou sobre as motivações para trabalhar com arte, as carreiras de músico e ator, o assédio da mulherada e sobre a polêmica envolvendo seu mais recente personagem das novelas globais.
"Eu me vejo como artista. Sou músico e ator por formação. Posso vir a ser cineasta, sou poeta e posso virar um artista plástico. É só eu estudar e querer, mas sempre vou precisar me expressar de algum jeito. O que eu não sinto é essa necessidade de emplacar, de fazer fama. Eu fico muito honrado e adoro trabalhar na Rede Globo. É uma delícia trabalhar lá. Mas todo o teatro que eu fiz não foi pra trabalhar na Globo", declarou Alexandre, que afirma ter embarcado na carreira artística por pura vocação.
"As pessoas só vinham falar do personagem [Baltazar] na brincadeira, mas dava pra sentir que atrás disso havia uma antipatia velada"
"Eu fiz teatro porque eu quis fazer teatro. Do mesmo jeito que eu não faço meus discos para vender um milhão de cópias. O que não quer dizer que eu não queira vender um milhão de cópias, porque eu quero. Mas não é pra isso que eu faço meus discos. Independente de números e de vendas dos discos e independente do público que eu tenha no teatro, eu sou um ator e sou um músico. Ponto."
Sobre seu mais famoso personagem, ele falou sobre a reação do público às suas cenas com Dira Paes, que interpretava sua esposa na novela Fina Estampa. Discutindo a diferença da visão do público entre seus ataques homofóbicos e às agressões à sua mulher, ele contou que chegou a temer pela sua integridade física nas primeiras semanas de exibição do folhetim.
"No começo eu fiquei com medo das reações das pessoas sobre o Baltazar. E era um medo físico, de ser agredido, especialmente no começo da novela, quando o personagem foi bastante agressivo. As pessoas olhavam torto pra mim e eu sentia que havia uma antipatia velada porque nunca ninguém falou nada pra mim", ele comenta. "As pessoas só vinham falar do personagem na brincadeira, mas dava pra sentir que atrás disso havia uma antipatia velada. As pessoas confundem de verdade o personagem e o ator. Elas não conseguem enxergar o ator do outro lado."
O Trip Fm vai ao ar na grande São Paulo às sextas às 20h, com reprise às terças às 23h pela Rádio Eldorado Brasil 3000, 107,3MHz
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