O fotojornalista conta o que de pior já passou por suas lentes em mais de 10 anos de Folha de S.Paulo
Ele é um dos grandes expoentes do fotojornalismo nacional. Herdeiro do clã Wainer (neto de Samuel Wainer e Danuza Leão), depois de dez anos de trabalhos prestados ao Jornal A Folha de S. Paulo, hoje, João Wainer, 29 anos, fotografa por conta e segue com o dedo nervoso. Continua colaborando para a Folha, assim como faz com os principais veículos do país. Naturalmente, suas lentes se voltam para as mazelas e excluídos. Também pudera. Aos 16 anos, resolveu ser fotógrafo inspirado pelos raps do grupo Racionais MCs, que não saíam de seu fone de ouvidos. Certa vez, outro grande fotojornalista, João Bittar, disse que a grande virtude do trabalho de Wainer é o registro de uma cultura que está ignorada na mídia, de uma população que não aparece, a não ser nas páginas policiais ou na literatura marginal. A mais pura verdade. Este ano, João venceu a bolsa Fnac/Fotosite de Fotografia com seu trabalho pessoal Marginália, composto por registros dos rappers Mano Brown, MV Bill e Dexter, do 509-E. O prêmio lhe rendeu duas exposições simultâneas em duas lojas Fnac da França, em cartaz neste exato momento. Com o passar dos anos, o fotógrafo foi se aventurando no cinema. Fez fotografia de alguns clipes, tem participação direta na produção e captação do DVD dos Racionais MCs e dirigiu a fotografia da série de documentários sobre o cantor Chico Buarque. Ainda este ano, lançou seu primeiro livro, TTTSSS, sobre a pixação na cidade de São Paulo.
view more