#12 RECORDAÇÕES DO ESCRIVÃO ISAÍAS CAMINHA, LIMA BARRETO, PARTE 2
No último episódio, iniciei a leitura de Recordações do escrivão Isaías Caminha, de Lima Barreto. Nós vimos que Isaías cresceu entusiasmado em aprender, porque acreditava que a educação criaria um distanciamento entre ele e sua origem pobre, que ele via refletida principalmente na mãe. Perseguindo o sonho do enaltecimento pessoal, ele viaja ao RJ, onde espera se tornar doutor.
Antes de sua partida, o tio Valentim pede ao coronel local que fale com o deputado Castro para arranjar um emprego ao garoto, na então capital do Brasil, para que Isaías possa se manter por lá e custear seus estudos. No caminho, Isaías descreve a paisagem como um mato ralo e anímico, uma descrição oposta a de um outro Caminha que descreveu a paisagem brasileira em 1500. Diferentemente de Isaías, Pero Vaz de Caminha, escrivão que primeiro descreve o Brasil para Portugal, fica extasiado com a exuberância do litoral brasileiro. Já Isaías, ao chegar ao Rio, se decepciona com a sujeira e desorganização da cidade grande. Uma das primeiras pessoas que fala com Isaías no Rio é o padeiro Laje da Silva, uma figura contraditória aos olhos do menino vindo do interior.
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