Partindo de algumas ideias apresentadas por Henri Bergson no segundo capítulo d’As duas fontes da moral e da religião, em cotejo aos argumentos de Sigmund Freud apresentados, sobretudo, em O futuro de uma ilusão e Totem e tabu, Geovana da Paz Monteiro (UFRB) estabelece um diálogo entre a visão filosófica bergsoniana e a compreensão psicanalítica freudiana para a religião e suas implicações nos âmbitos social, moral e subjetivo. Tanto para Bergson quanto para Freud, observada a partir de seu contexto originário, a religião seria um meio utilizado desde os primeiros agrupamentos sociais humanos para conter impulsos humanos primários tendentes à desagregação social e moral. Questiona-se também a eficácia dessa repressão e suas consequências, uma vez que, a despeito de todo poder que a religião e fabulação exercem sobre a vida psíquica, nossa época tem sido pródiga em reproduzir comportamentos antissociais, individualistas ou aberrantes.
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